Aula 1 - Ginástica

 


SAÚDE É O QUE INTERESSA! O RESTO NÃO TEM PRESSA!

Você se lembra deste jargão usado em um programa humorístico transmitido por uma grande emissora nacional? 

Segundo o que a mídia veiculava em termos de padrões de beleza estética, esse personagem, na época, representou o “boom” pela procura de academias em todo o país.

Será que a atividade física dá conta de proporcionar saúde aos seus praticantes? 

Outros fatores poderiam influenciar as condições de saúde de cada um de nós? 

Que fatores seriam estes? 

Mas, na verdade, o que é ser saudável?

E “o resto não tem pressa”, o que pode ser?


Os meios de comunicação de massa, freqüentemente, orientam as pessoas sobre os benefícios que a prática regular de exercícios físicos pode oferecer. 

Dentre eles, citamos os mais comuns: 

Redução de peso e emagrecimento; 

Combate à hipertensão arterial;

 Prevenção da osteoporose; 

Ajuda a controlar os níveis de colesterol; 

Redução da ansiedade e depressão; 

Combate o estresse e ajuda a melhorar o humor. 

Segundo Matsudo (1998, p.7), apenas 30 minutos diários de atividades físicas “podem representar o limiar para a população em geral adquirir o Passaporte para a Saúde”. 

De acordo com essa visão, “só não é saudável quem não quer, pois pouco tempo de práticas “físicas” seriam o suficiente para adquirir os possíveis benefícios para as pessoas que queiram e possam aderir a esse movimento”. 

Mas para você, hoje, adiantaria ter um passaporte para qualquer país e não ter condições financeiras de usufruí-lo? 

Como assim? 

Irei explicar melhor: Você sabe como resolver seus problemas de saúde, mas você pode fazê-lo? 

Dispõe de 30 minutos diários para fazer exercícios e espaços adequados para sua prática? 

Você sabe qual é o percentual da população mundial que não tem por hábito a prática regular de atividades físicas? 

“(...) perto de 80% das pessoas se recusam a realizar esforços físicos sistemáticos para aumentar a potência ou para conservar a saúde” (LOVISOLO, apud NOGUEIRA & PALMA, 2003, p. 106). 

Qual sua explicação para este fato?

Ser ou não ser (saudável): eis a questão.

 O modelo de sociedade em que vivemos (capitalista) vê o homem, e sua força de trabalho, como uma ferramenta essencial para a produção; dessa forma, segundo alguns autores, as pessoas com estilo de vida saudável (ativo) aumentam a eficiência e produtividade, reduzem as faltas no trabalho, assim, auxilia as empresas a diminuírem os gastos e aumentam os lucros (KIMIECIK e LAWSON apud MATIELLO JUNIOR e QUINT, 1999, p. 869). 

Nesse sentido, ser saudável é uma exigência do sistema econômico em que estamos inseridos. 

Existem os que entendem que ter hábitos saudáveis está relacionado ao estilo de vida. Para adquirir este estilo de vida, devem-se adotar algumas condutas. 

Você poderia indicar que condutas seriam estas? Mas será que as pessoas que levantam às 5 horas da manhã, andam uma hora e meia de ônibus, trabalham mais de dez horas diárias, retornam para suas casas e ainda dão conta dos afazeres do lar e dos filhos, precisam fazer atividades físicas?

 Será que podemos considerá-las sedentárias? 

As atividades físicas propiciam uma série de adaptações metabólicas, cardiorespiratórias e músculo-ósteoarticulares que produzem benefícios ao bom funcionamento geral dos sistemas do corpo humano.

 Para que nosso corpo esteja bem, é necessário que façamos escolhas que atendam aos nossos interesses, sejam prazerosas, sejam cotidianas, e possibilitem a ampliação das relações sociais. 

Para ampliar a discussão, vejamos as definições de alguns termos:


A par das definições, qual delas você acredita ser mais abrangente? 
Será que a expressão atividade física refere-se mesmo aos exercícios físicos e aos esportes? 
Você concorda que as atividades físicas fazem bem à saúde? 
Para você, o que é saúde? Tente definir antes de continuar. 

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde é “um estado completo de bem-estar físico, mental e social e não a simples ausência de doença ou enfermidade”. 
Na VIII Conferência Nacional de Saúde (1986), saúde foi definida como: “resultante das condições de alimentação, habitação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse de terra e acesso aos serviços de saúde.
 É, assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida”.
 Em se tratando de saúde, o documento que referencia todas as discussões modernas é a Carta de Ottawa. Nesse documento, resultado da I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em Ottawa, Canadá, em novembro de 1986, foram definidas as principais ações em termos de promoção da saúde, a qual é entendida como o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde. 
Os pré-requisitos para a promoção da saúde ficaram definidos como sendo: paz; habitação; educação; alimentação; renda; ecossistema estável; recursos sustentáveis; justiça social e eqüidade. Paim e Almeida (apud NOGUEIRA e PALMA, 2003) apontam que, lamentavelmente, a maior atenção foi e é dada às intervenções para mudanças de comportamento individual e pouco à estratégia política populacional, indicando a opção de modificação dos hábitos considerados de risco, tais como: o fumo, o sedentarismo, a dieta, etc.
 Como você pode notar, definir saúde é algo muito complexo e, para dimensionar isto, basta tomar, por exemplo, a dimensão social. Podemos medir com exatidão o bem-estar social?
 Claro que existem vários indicadores sociais, como: renda per capita, coeficiente de mortalidade, expectativa de vida, poluição ambiental, IDH, entre outros. Mas você sabe o que significam todos estes indicadores? Veja o quadro a seguir:

A influência da mídiana prática de atividades físicas



Um olhar crítico sobre as informações que nos bombardeiam, através dos vários mecanismos de comunicação utilizados para “convencer” a população sobre a importância de praticar atividades físicas, deve basear-se numa profunda análise das intenções reais que podem estar implícitas. 
Observe que os vários tipos de mídia, como os jornais ou a televisão, têm uma ampla influência sobre nossas experiências e sobre a opinião pública, não apenas por afetarem nossas atitudes de modo específico, mas por serem, muitas vezes, o único meio de acesso ao conhecimento do qual dependem muitas atividades sociais (GIDDENS, 2001 p.367).
 Desse modo, a tomada de decisão sobre a prática de atividades físicas pode ser influenciada por um modismo, reforçada por jargões, como o que apresentamos no título deste tema, e não por uma necessidade consciente de buscar um estilo de vida mais ativo e mais saudável.
 Já para aquela parte da população que, por vários motivos, não adere a esse movimento de busca da saúde por meio de exercícios, os meios de comunicação têm outro tipo de apelo, com um marketing que apresenta várias formas para adquirir um corpo bonito e saudável. 
Basta pegarmos algumas dessas revistas sobre a prática de atividades físicas e logo encontramos em suas capas receitas milagrosas, como: “perca 5 kg por semana sem esforço” ou “reduza 5 cm de cintura comendo de tudo e sem esforço”, e outra “trabalhe seu abdômen sentado em frente da TV, comendo pipoca, e terá o resultado de 500 abdominais em apenas 10 minutos”. 
Você identifica quem são os maiores beneficiados com a veiculação destas propagandas? 
Algumas empresas utilizam-se da imagem de ídolos esportivos com a intenção de dar mais credibilidade a seu produto. Esses atletas são representações do mito moderno, utilizados como “modelo” de corpo perfeito e de sucesso, vinculando-se o produto apresentado à sua imagem. Aqui devemos esclarecer o que é mito e mito moderno. Veja o quadro a seguir:

Mito: do grego mýthos, significa palavra, discurso, ação de recitar, mensagem, anúncio. Relata grandes eventos, grandes feitos dos antepassados, dos deuses, dos heróis. E, quando o mito é contado”, merece adesão por parte daqueles que ouvem: é verdadeiro e deve ser aceito como tal. Distingue-se da lenda, considerada uma narrativa não verídica.


Mito moderno: refere-se ao mito do super-herói, da estrela de cinema, do grande desportista, etc. Observe-se que, no caso dos mitos modernos, os ídolos despem-se do caráter sagrado, como no mito primitivo. Não são deuses nem espíritos que viveram em tempos remotos, mas “seres humanos de carne e osso” ou figuras oriundas da literatura, do cinema, das histórias em quadrinhos, etc. – da imaginação fabuladora, portanto -, que têm a capacidade de realizar os mais íntimos desejos de seus cultuadores. Movido por aspirações íntimas, premido por necessidades de todos os tipos, convocado pela propaganda a adquirir um determinado status, desejoso de se afirmar perante os outros, mas limitado economicamente, intelectualmente, em talento ou pelas próprias circunstâncias, o homem vê-se incapaz de atingir aquilo a que aspira ou o que dele se cobra. Temos aqui os ingredientes básicos para a vivência mítica: alguém realiza os anseios de fama, glória, riqueza, status, etc. Dá-se, no caso, um processo de aproximação entre o homem e o ídolo. O ídolo realiza, de fato ou virtualmente, aquilo que ele, o homem, não consegue realizar. Os ídolos são criados da noite para o dia e são facilmente substituídos por outros. Acrescente-se a isto o alto faturamento financeiro no caso da mitificação de uma banda de música ou de um jogador de futebol, só para citar alguns exemplos. Os meios de comunicação produzem e destroem os “ídolos” da noite para o dia. (HRYNIEWICZ, 2002)

Exemplo Cristiano

Exemplo Ronaldo

Atividade Física e Saúde – Ampliando o Enfoque Para termos saúde não basta apenas praticarmos algum tipo de atividade física regularmente, pois saúde envolve, além do comprometimento pessoal, políticas públicas e medidas sociais que atendam às reais necessidades dos indivíduos. Algumas medidas sociais adotadas em vários programas de políticas públicas tendem a transferir a responsabilidade da saúde pública para os indivíduos. Como exemplo desses fatos, citamos um estudo de Ferreira, que analisa a proposta do programa Agita São Paulo. Esse programa orienta as pessoas idosas a aproveitar “as filas dos bancos ou correios para fortalecer os músculos do abdome e das pernas”. Argumenta-se que não é preciso um espaço específico para fazemos exercícios, podemos aproveitar aquele momento na fila do ônibus, que ficamos parados em posição incorreta, ou aquele deitado na frente da televisão, mas, como lembra o autor já citado:

(...) esse tipo de orientação parece aceitar as filas em bancos como coisa natural (...) a existência de filas, principalmente para idosos, é inaceitável (...). As filas nos bancos não têm razão de ser e podem ser minimizadas (senão extintas), por exemplo, com o aumento dos postos de trabalho, medida em geral que não interessa aos donos de bancos. (FERREIRA, 2001 p.47).

A idéia de que para adquirir hábitos saudáveis é necessária a adesão a clubes e academias deve ser superada, uma vez que o acesso a parques, praças e espaços propícios para a prática regular de atividades físicas não requerem nenhum tipo de investimento a mais de seus adeptos. Porém, tornar esses espaços em condições de uso para que toda a população possa usufruir, é de responsabilidade dos órgãos públicos. A atividade a seguir, apresenta uma composição de Gabriel O Pensador, que faz uma série de críticas ao descaso das autoridades quanto à saúde. Leia atentamente e, depois, faça a atividade proposta.

Sem Saúde Composição: Gabriel O Pensador / Memê / Fabio Fonseca






Esteira: ___ anos
Ginástica: ____ anos
Musculação:____ anos
Jogador:______ anos
Suplementos: ____ anos
Frango Frito:______ anos
Chocolate: ______ anos
Cigarro:________ anos
Bebida:_______ anos



Atividade Física e Saúde – Ampliando o Enfoque 

Para termos saúde não basta apenas praticarmos algum tipo de atividade física regularmente, pois saúde envolve, além do comprometimento pessoal, políticas públicas e medidas sociais que atendam às reais necessidades dos indivíduos. Algumas medidas sociais adotadas em vários programas de políticas públicas tendem a transferir a responsabilidade da saúde pública para os indivíduos. Como exemplo desses fatos, citamos um estudo de Ferreira, que analisa a proposta do programa Agita São Paulo. Esse programa orienta as pessoas idosas a aproveitar “as filas dos bancos ou correios para fortalecer os músculos do abdome e das pernas”. Argumenta-se que não é preciso um espaço específico para fazemos exercícios, podemos aproveitar aquele momento na fila do ônibus, que ficamos parados em posição incorreta, ou aquele deitado na frente da televisão, mas, como lembra o autor já citado:
(...) esse tipo de orientação parece aceitar as filas em bancos como coisa natural 
(...) a existência de filas, principalmente para idosos, é inaceitável 
(...). As filas nos bancos não têm razão de ser e podem ser minimizadas (senão extintas), por exemplo, com o aumento dos postos de trabalho, medida em geral que não interessa aos donos de bancos. (FERREIRA, 2001 p.47)

A idéia de que para adquirir hábitos saudáveis é necessária a adesão a clubes e academias deve ser superada, uma vez que o acesso a parques, praças e espaços propícios para a prática regular de atividades físicas não requerem nenhum tipo de investimento a mais de seus adeptos. Porém, tornar esses espaços em condições de uso para que toda a população possa usufruir, é de responsabilidade dos órgãos públicos. A atividade a seguir, apresenta uma composição de Gabriel O Pensador, que faz uma série de críticas ao descaso das autoridades quanto à saúde. Leia atentamente e, depois, faça a atividade proposta.

Após a leitura do trecho da música “Sem Saúde”, em duplas faça uma discussão sobre a saúde pública no Brasil compare os fatos encontrados na pesquisa com o apontado na letra da música.

 1. Como o sistema de saúde pública no Brasil consegue atender a toda a população, especialmente nas regiões mais afastadas e com menos recursos? 

2. Quais são os principais desafios enfrentados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para garantir acesso e qualidade nos serviços de saúde? 

3. Como as políticas de prevenção e promoção da saúde podem ajudar a reduzir doenças e melhorar a qualidade de vida da população brasileira? 

 4. De que forma a desigualdade social influencia o acesso aos cuidados de saúde no Brasil? 

5. Quais ações podem ser tomadas para fortalecer a saúde pública e garantir que todos tenham acesso a tratamentos eficazes e humanizados? 

Ginástica e Emagrecimento


1 kg de Gordura tem quantas calorias? Resposta

O que é TMB? Resposta

Qual é Gasto Calórico da Ginástica? Resposta

Quantas calorias tem uma refeição diária? Resposta

Café

Almoço

Janta

Quanto de corrida preciso fazer para gastar as calorias a mais que ingeri?

Indicadores de Saúde Física

Os principais indicadores de saúde relacionados à educação física (e à prática regular de atividade física) abrangem atributos da aptidão física e medidas de saúde geral. Eles podem ser classificados em: aptidão cardiorrespiratória, força e resistência muscular, flexibilidade, composição corporal e saúde mental/comportamental. 

Aptidão Física Relacionada à Saúde 

Estes são os indicadores primários que a educação física busca desenvolver e manter: 

Aptidão Cardiorrespiratória: Medida através da capacidade do sistema circulatório e respiratório de fornecer oxigênio aos músculos durante o exercício sustentado (frequentemente avaliada por testes de esforço).

Força e Resistência Muscular: Refere-se à capacidade dos músculos de exercer força e de sustentar esforços repetidos ao longo do tempo, prevenindo a perda de massa muscular e melhorando a função física.

Flexibilidade: A amplitude de movimento das articulações, crucial para a mobilidade e prevenção de lesões.

Composição Corporal: A proporção de gordura corporal em relação à massa magra (músculos, ossos, órgãos). Indicadores comuns incluem o Índice de Massa Corporal (IMC) e a medição do percentual de gordura. 

Indicadores de Saúde Geral e Prevenção de Doenças

A prática regular de educação física impacta positivamente uma série de indicadores de saúde mais amplos, incluindo:

Controle de Peso e Obesidade: A atividade física regular é fundamental na prevenção e combate à obesidade e doenças associadas.

Metabólicos: Melhoria nos níveis de glicose e insulina, prevenindo o diabetes tipo 2, e controle do colesterol e da pressão arterial, reduzindo o risco de doenças cardiovasculares.

Saúde Mental: Redução de sintomas de depressão, ansiedade, estresse e melhora da autoestima e do bem-estar geral.

Saúde Óssea e Postural: Fortalecimento das estruturas ósseas e musculares, prevenção de osteoporose e melhora da postura.

Nível de Atividade Física: Um indicador comportamental que mede a quantidade e a intensidade da atividade física praticada, sendo um fator de risco independente para várias doenças o sedentarismo. 



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